sexta-feira, 12 de junho de 2015

Violência e exploração contra as trabalhadoras do sexo? É a criminalização, sexofóbico estúpido! - Parte 1: marcha das trabalhadoras do sexo em Honduras no Dia Internacional da Prostituta

Honduras: trabalhadoras do sexo marcham por seus direitos









(Video: EFE)



Quarta-feira, 03 de junho de 2015 | 10:40

Dezenas de mulheres da Rede de Trabalhadores Sexuais de Honduras marcharam terça-feira 02 de junho em Tegucigalpa para exigir respeito pelos seus direitos e justiça para o assassinato de 19 de suas colegas entre 2013 e 2014.

"Nós não somos putas nem prostitutas, somos profissionais do sexo e exigimos justiça", recitavam as mulheres durante a sua passeata até o Ministério Público em Tegucigalpa.

Envoltas em uma camiseta / camisola cor-de-rosa e muitas com o rosto coberto com uma máscara, as mulheres também protestaram por causa da discriminação e da violência de que são vítimas.

"Justiça, realize ações para mim" (no original, "ponte en mis tacones", literalmente "coloque os meus saltos", um jogo de palavras com "ponte las botas", que significa "tomar uma atitude" - Nota da Tradutora), "Não mais discriminação e estigma" e "Não mais tratamento cruel, desumano ou degradante", diziam outras faixas que as mulheres levavam, em comemoração ao Dia Internacional da Trabalhadora do Sexo.

Entre as manifestantes estavam incluídas algumas com idade superior a 50 e 60.

"Eu me dedico a este trabalho há 35 anos, eu tenho quatro filhas e eu perdi dois filhos. Minha situação é difícil, há dias em que não consigo dinheiro", disse à EFE Teresa Cardona, de 59 anos.

Ela acrescentou que ela não sabe ler e escrever porque ela não teve chance de receber educação e suas filhas "não são profissionais do sexo", mas dedicam-se "a servir as suas casas e cuidar de seus filhos".

As mulheres pediram ao Governo de Honduras a regulamentação do trabalho sexual para que elas tenham a garantia de acesso a direitos e condições dignas e seguras para o seu exercício.

A falta de regulamentação "faz muitas vezes soframos detenções arbitrárias, extorsões e ameaças, sendo recorrentes os tratos cruéis, degradantes e desumanos que se mostram em violência institucional", disseram as mulheres em um comunicado.

Também pediram ao Governo impunidade zero nos casos de 19 profissionais do sexo assassinadas, atendimento integral em serviços de saúde e garantia de seus direitos civis, políticos, culturais, econômicos e sociais.

"Da mesma forma que nós pedimos aos cidadãos hondurenhos respeitar a nossa decisão de trabalhar como profissionais do sexo, uma profissão que não deve ser discriminada ou estigmatizada", sublinha a proclamação das mulheres.

A Rede de Trabalhadoras Sexuais de Honduras é apoiada pelo Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária, as Nações Unidas (FM) e a Rede de Trabalhadoras Sexuais da América Latina e do Caribe.

Fonte: EFE

El Comercio, Lima (Peru), 03 de junho de 2015, http://elcomercio.pe/mundo/latinoamerica/honduras-trabajadoras-sexuales-marchan-sus-derechos-noticia-1815866

Comentários de A Vez das Mulheres de Verdade / A Vez dos Homens que Prestam

O mesmo jornal El Comercio publicou, três meses antes, um artigo da BBC sobre San Diego, Califórnia, tornando-se um centro de prostituição, trazendo o caso de uma mulher na exploração sexual. Eu vou comentá-lo na parte 2. Por enquanto, eu vou levantar alguns pontos sobre o caso acima.

1) Algo que prova que a prostituição não é, por si mesma, má e contra a dignidade das mulheres é que estas prostitutas marcharam pelo seu trabalho, não só por si mesmas como indivíduos.

2) Enquanto a Slut Walk é um evento criminoso nas ruas de vários países, e por "criminoso" quero dizer crimes como discurso de ódio contra os homens e ofensa ao Cristianismo, tudo isso por moças destemidas com rostos nus e às vezes mais do que seus rostos gritando frases sem sentido; algumas daquelas mulheres em Honduras estavam com máscaras. De quem essas mulheres mascaradas estavam com medo? Cafetões? Policiais? Funcionários públicos? Clientes abusivos? Alguém na família ou na vizinhança descobrir que ela é uma prostituta?

3) Você notou que nenhuma mulher que gosta deste trabalho é mencionada? Onde está uma mulher que disse uma vez a seus pais e seus irmãos que ela poderia se tornar uma profissional do sexo, como eu fiz? Sim, eu estou brincando, eu sei como é difícil não ter uma família adorável quanto a minha. Mas, embora algumas dessas mulheres estejam trabalhando como prostitutas por falta de opções, elas ainda pediram condições para CONTINUAR nesta atividade, não para SAIR dela.

4) A ilegalização da prostituição e da pornografia, que algumas feministas pedem, ENTREGA as trabalhadoras do sexo para o crime organizado, em vez LIVRÁ-LAS dele.

Abigail Pereira Aranha

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